“Assim como no Teatro a vida é um jogo constante de improviso, onde temos que driblar os obstáculos, vencer nossos medos, nossas inseguranças, usar a criatividade e ter jogo de cintura para seguir em frente.”
ELIS PARRA – atriz Brasileira
“Assim como no Teatro a vida é um jogo constante de improviso, onde temos que driblar os obstáculos, vencer nossos medos, nossas inseguranças, usar a criatividade e ter jogo de cintura para seguir em frente.”
ELIS PARRA – atriz Brasileira
Podíamos saber um pouco mais
da morte. Mas não seria isso que nos faria
ter vontade de morrer mais
depressa.
Podíamos saber um pouco mais
da vida. Talvez não precisássemos de viver
tanto, quando só o que é preciso é saber
que temos de viver.
Podíamos saber um pouco mais
do amor. Mas não seria isso que nos faria deixar
de amar ao saber exactamente o que é o amor, ou
amar mais ainda ao descobrir que, mesmo assim, nada
sabemos do amor.
Nuno Júdice
Norvz Austria
Gasta-se o tempo e não a vida
Cada segundo que passa a um ritmo desenfreadamente alucinante
e não volta
de uma existência deveras suscetível que a tudo vai sobrevivendo
a muito custo
Um movimento contínuo de ponteiros sedentos… ávidos… sôfregos…
pelo momento seguinte
Uma vida ritmada por um tempo tirano que a obriga penosamente a avançar
ao toque do seu compasso.
Ah! Que doce a minha ilusão!
Esta vontade de viver calmamente num Mundo idilicamente perfeito
Onde a vida tomaria sem hesitar as rédeas do seu destino
E se revoltaria contra a ditadura opressiva do tempo
Passando a ter mais autonomia e liberdade
Para usufruir dele a seu belo prazer
Sem imposições…
Sem limites…
Sem pressa…
Um Mundo
Onde finalmente os amantes pudessem saciar a sua fome voraz de eternidade
MC
No me pidas la vida. Sólo puedo ofrecerte
los ojos ciegos de una libélula disecada,
un libro sin concluir repleto de obsesiones,
un refugio con un solo cuarto de baño
y salón con vistas a la esperanza.
Sólo puedo ofrecerte
una caja de música herencia de un abuelo,
un reloj con insomnio,
un sueño social defraudado y sepulto,
el billete de un tren que nunca partió,
un estante colmado con jarrones de vidrio
cada uno albergando
el cadáver de un sueño.
Puedo ofrecerte
un páncreas propenso a la tristeza,
la cartilla de racionamiento de la felicidad,
un D.N.I. con la foto de un muerto,
el esqueleto roto de mi infancia,
la hora de la tarde
cuando abren los dondiegos.
Sólo puedo ofrecerte
un candil tirano
de miserable soledad entre las pitas.
No me pidas la vida.
Juan José Vélez
Ontem foi me dado a conhecer este belo e profundo poema pela autora de um blogue que costumo acompanhar, A tecedeira de palavras. É curioso como pode ser tão enriquecedor a partilha entre blogues. 😀
A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o visitante sentou na areia da praia e disse:
“Não há mais o que ver”, saiba que não era assim. O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre.
José Saramago