Arquivo de etiquetas: com uma pitada de cinismo

Um sonho de amor

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Era uma vez um perfeito sonho de amor

que se alimentava da mais pura ilusão,

só existia no pensamento dos amantes

fazendo-os sentir uma fictícia emoção.

 

Farto de não ser um sentimento real,

esse amor fez uma enorme revolução,

desafiou-os a viver um amor de sonho,

para ver se resistiam a tamanha provação.

 

Tão loucamente apaixonados estavam,

que decidiram cegamente o desafio aceitar,

trocaram uma vida de utopia por uma vida real,

e rapidamente o amor começou a definhar.

 

Lamento imenso, meus caríssimos amigos,

não ter uma história melhor para contar,

mas o amor é  um sentimento  tramado

e  muito difícil de se conseguir contentar.

 

Não posso deixar de chegar à seguinte conclusão,

que aqui partilho com vocês nesta quadra final,

um sonho de amor, dizem todos, é  pura alucinação,

mas um amor de sonho, podem crer,  é ainda mais irreal.

 

                                                                             MC

Dia dos Namorados??? – Claro que sim ou talvez não.

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Isto do Dia dos Namorados não ser feriado é uma autêntica fraude! Existe um dia para comemorar o amor, tudo bem, mas depois não há tempo porque temos que cumprir as obrigações de carácter laboral.

E vocês, se lerem este post, perguntam:

– Será que é importante ter um dia para comemorar o amor quando este deve ser celebrado diariamente?

E eu respondo:

– Claro que sim, mas só se for feriado.

Talvez não fosse uma má ideia fazer um referendo sobre quem é a favor que o Dia dos Namorados seja feriado. Penso que não teríamos um resultado muito controverso, uma vez que está mais do que cientificamente comprovado que fazer o amor é essencial para que o homem e a mulher sejam felizes e para isso é preciso haver tempo. Já para nem falar da continuidade da espécie, visto que o ser verdadeiramente humano está cada vez mais em vias de extinção.

Bem, já deixei aqui o meu desabafo, espero que tenham um feliz Dia dos Namorados, apesar de não ser feriado, e arranjem lá um bocadinho de tempo para fazer o amor, porque o mundo anda extremamente necessitado.

MC

Puro desabafo virtual

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Para mim, este post é um momento de pura terapia virtual para a minha tristeza, por isso, não perca tempo a ler o meu desabafo e vá antes comer uma peça de fruta que lhe faz melhor, parafraseando os Gato Fedorento.

Sinto-me desiludida comigo própria e com o mundo todo. Não sei se é o resultado de algum desequilíbrio hormonal mensal, o famoso TPM, tão conhecido como culpado do mau humor feminino ou se é simplesmente um dia mau, um daqueles dias em que andamos com uma nuvem cinzenta em cima da cabeça.

Isto, porque me apercebo do meu crescente grau de dependência do mundo virtual e acho que esta forma de estar na vida, em doses excessivas, nos desumaniza…

Olho à minha volta e tenho a sensação que nós, ditos seres humanos, fomos atingidos por uma epidemia de egoísmo tecnológico que está a transformar-nos em pessoas com graves transtornos psíquicos.

Passámos mais tempo a simular falsos sorrisos para máquinas fotográficas em busca da selfie perfeita do que a sorrir pelo verdadeiro prazer de partilhar um sorriso com os outros. Colocámos mais empenho em desfilar gostos nas redes sociais do que em dar atenção às pessoas que amamos. Preferimos comentar os estados revelados em caixas virtuais do que olhar no fundo dos olhos dos outros e desvendar por empatia e diálogo os seus sentimentos e estados de espírito.

Desabafámos o que nos vai na alma e nos desinquieta em blogues, como este, porque nos sentimos sozinhos, uma vez que as pessoas que nos poderiam escutar, também andam por aí perdidas on line, numa bolha virtual qualquer.

No fundo, receio que se continuarmos a dar tanta prioridade ao mundo cibernético, qualquer dia o único toque que reconheçamos seja o digital e a única sensação que nos vá alegrar seja a do vibrar do telemóvel.

MC

Dia dos Carnavalados

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 Este ano, na escola onde trabalho, por uma questão de calendário, comemorámos o Dia dos Namorados e o Carnaval no mesmo dia, uma mistura aparentemente estranha, mas que acabou por não ser tão desfasada como parecia, numa primeira impressão.

Pessoalmente, não aprecio nenhuma das duas datas e talvez por isso encarei esta experiência caricata, como se estivesse a viver uma espécie de um mix altamente improvável.

Contudo, a verdade é que acabei por constatar que em ambas as datas as pessoas se tentam enganar  a elas próprias e exibir a uma sociedade altamente dissimulada, o quanto são/estão apaixonadas e felizes. Vestem máscaras de pura hipocrisia comercial e desfilam na passarela de uma vida falsa, sem sentido,  entre corações rubros de paixão fictícia e trapos garridos de alegria postiça.

Espero não melindrar ninguém com a minha perspetiva cínica desta suposta efeméride, tenho consciência de que possui um determinado grau de azedume, mas não passa de um mero ponto de vista, que pouco ou nada vale.

Para todos os que apreciam estas datas, com todo o respeito merecido, aqui ficam os meus votos de um Feliz Dia dos Namorados e de um Carnaval animado.

MC

Desejos patéticos

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Não sei se felizmente ou infelizmente, tal como já vai longe o tempo em que acreditava no Pai Natal, também fui perdendo a crença em momentos definitivos para resoluções fabulosas.

Talvez não me esteja a fazer entender muito bem, mas passo a explicar. Com o passar dos anos fui compreendendo que momentos mágicos carregados de mudanças altamente significativas, tais como apagar as velas do bolo de aniversário com os olhos fechados enquanto se deseja algo com muita força interior ou formular mentalmente uma lista de pedidos no preciso segundo em que se passa de um ano para outro, não passam de rituais de pura fantasia comercial para aumentar as vendas de bolos magníficos ornamentados por velas cintilantes, passas docemente douradas e champanhe a fervilhar de intenções.

Pois é… não é por se formular um desejo que ele acontece, mesmo em momentos ditos especiais e acompanhados pelo rol de exigências necessárias. É preciso muito mais do que isso, é um processo moroso que requer esforço, sacrifício, tempo, sorte…

Lamentavelmente ou afortunadamente, não há nenhum, sopro divino que transforme um devaneio mental em realidade, o que nos facilitaria muito a vida na tal busca incessante da tão almejada Felicidade, contudo, penso que se perderia a verdadeira essência de se conseguir atingir um objetivo através de uma conquista penosa, a cheirar a fado.

SonharAcordada

Um novo olhar para o Amor de Romeu e Julieta

“Sabem porque Romeu e Julieta são ícones do amor ?
São falados e lembrados, atravessaram os séculos incólumes no tempo,
se instalando no mundo de hoje como casal modelo de amor eterno ?
Porque morreram e não tiveram tempo de passar pelas adversidades
que os relacionamentos estão sujeitos pela vida fora.
Senão provavelmente Romeu estaria hoje com a Manuela e Julieta com o Ricardão.
Romeu nunca traiu a Julieta numa balada com uma loira linda e siliconada
motivado pelo impulso do álcool.
Julieta nunca ficou 5 horas seguidas esperando Romeu,
fumando um cigarro atrás do outro,
ligando incessantemente para o celular dele que estava desligado.
Romeu não disse para Julieta que a amava,
que ela especial e depois sumiu por semanas.
Julieta não teve a oportunidade de mostrar para ele
o quanto ficava insuportável na TPM.
Romeu não saia sexta feira a noite para jogar futebol com os amigos
e só voltava as 6:00 da manhã bêbado e com um sutiã
perdido no meio da jaqueta (que não era da Julieta).
Julieta não teve filhos, engordou, ficou cheia de estria e celulite
e histérica com muita coisa para fazer.
Romeu não disse para Julieta que precisava de um tempo, que estava confuso,
querendo na verdade curtir a vida e que ainda era muito novo
para se envolver definitivamente com alguém.
Julieta não tinha um ex-namorado em quem ela sempre pensava
ficando por horas distante, deixando Romeu com a pulga atrás da orelha.
Romeu nunca deixou de mandar flores para Julieta
no dia dos namorados alegando estar sem dinheiro.
Julieta nunca tomou um porre fenomenal e num momento de descontrole
bateu na cara do Romeu no meio de um bar lotado.
Romeu nunca duvidou da virgindade da Julieta.
Julieta nunca ficou com o melhor amigo de Romeu.
Romeu nunca foi numa despedida de solteiro com os amigos num prostíbulo.
Julieta nunca teve uma crise de ciúme achando que Romeu
estava dando mole para uma amiga dela.
Romeu nunca disse para Julieta que na verdade
só queria sexo e não um relacionamento sério,
ela deve ter confundido as coisas.
Julieta nunca cortou dois dedos de cabelo
e depois teve uma crise porque Romeu não percebeu a mudança.
Romeu não tinha uma ex-mulher que infernizava a vida da Julieta.
Julieta nunca disse que estava com dor de cabeça e virou para o lado e dormiu.
Romeu nunca chegou para buscar a Julieta
com uma camisa xadrez horrível de manga curta
e um sapato para lá de ultrapassado,
deixando-a sem saber onde enfiar a cara de vergonha.
Por estas e outras que eles morreram se amando.”

Martha Medeiros

Já chega!

Desculpem a minha frontalidade, mas dedico esta imagem a todas as pessoas que invadem o meu email, o meu telemóvel e até as redes sociais com mensagens de mau gosto a ameaçar-me de múltiplas desgraças, caso não reenvie a mesma mensagem.

Já chega! Estou farta desse lixo eletrónico, que quando recebo apago imediatamente, após barafustar por mais uma ameaça à minha paciência. Se reencaminham essa porcaria, por medo, olhem para o meu exemplo. Há anos que faço questão de quebrar todas essas correntes de tretas ameaçadoras e ainda não me aconteceu nenhuma desgraça prevista nas listas de consequências horrendas. Tudo o que me acontece de bom ou de mau na vida é fruto dos meus atos  e das minhas opções e não da minha barreira aos presságios virtuais. Se reencaminham esse tipo de tretas, porque acham piada, aí o caso é mais grave e aconselho-vos a refletirem um pouco sobre isso.

SonharAcordada

Incentivo à natalidade!

Senhor Presidente, mais uma vez, estou solidária consigo. Realmente é incompreensível por que é que não se fazem mais crianças neste país tão próspero. As pessoas deviam parar de gastar dinheiro em métodos anticoncecionais e procriarem muito. Que tal uma conversinha com a Igreja para reforçar aquela ideia de que é pecado tomar a pílula ou usar preservativos?! Sempre aumentava a natalidade… Uuuupppssss! Também aumentava a mortalidade, aquela chatice da SIDA, mas as pessoas têm de morrer de alguma coisa. Também aumentava o número de crianças abandonadas e com fome, a viver na precaridade, mas isso não interessa nada. Como eu o compreendo… o que é existir sem condições, em comparação com a importância das estatísticas?!